9 de junho de 2008

A minha 4ª crónica - Jorge de Castro

A minha crónica nº 4 – Grupo Desportivo Montargilense (Veteranos)
De: Jorge Castro
05/06/2008

Quando alguém com cinquenta e muitos anos, aceita integrar uma equipa de futebol de veteranos pressupõe, voltar a viver os bons momentos que este desporto um dia, já longínquo lhe proporcionou; voltar a ter a possibilidade de rever velhos rostos conhecidos que em tempos consigo partilharam o prazer da prática da sua modalidade de eleição; fintar a idade e, acima de tudo, descobrir novos amigos, novas mentalidades, novas comunidades, novas realidades e ter o privilégio de com todos eles viver e conviver, fortalecendo os laços do respeito, da amizade e da fraternidade mútua.

É uma idade onde apenas conta, estarmos juntos, em paz e harmonia e onde o futebol é tão somente e apenas o veículo que nos transporta, nos une e nos reúne na celebração de uma convivência sã de uma amizade pura e de uma camaradagem profícua e indestrutível.
São, sem dúvida, para celebrar estes princípios que todos os domingos sobem aos inúmeros campos de futebol as múltiplas e cada vez mais equipas de veteranos, operando o milagre de em apenas noventa minutos tornar pessoas que não se conheciam em verdadeiros amigos.
Assim tem acontecido em todos os encontros que o G.D.Montargilense (veteranos) tem tido o privilégio de estar presente. Temos sido presença e testemunha ocular desta realidade e de todas elas temos dado nota nas singelas e despretensiosas crónicas que aqui mesmo fomos levando ao vosso conhecimento. Em toda elas ficou bem expresso que o resultado desportivo nunca nos preocupou e ficou sempre para segundo plano reduzido à sua insignificância, antes enaltecendo, isso sim, tudo o que realmente interessa e se desfruta destes encontros e nos leva a percorrer centenas de kilómetros repetindo sempre que possível experiências agradáveis e enriquecedoras, contando até no nosso álbum de recordações e no de alguns elementos que ainda hoje integram este grupo, uma memorável deslocação a Madrid, provando que a amizade não conhece fronteiras nem nacionalidades.

Mas… e há sempre um mas… infelizmente, quanto a nós, nem toda a gente pensa assim!
Há ainda algumas pessoas, poucas, para quem um simples jogo de futebol que nada decide nem tem qualquer objectivo, simboliza uma batalha que tem que ser ganho de qualquer modo e a qualquer preço, passando por cima de tudo e todos, árbitros, fiscais de linha, colegas de equipa e mais grave ainda, desrespeitando pessoas forasteiras que lhes deveriam, pelo menos, merecer cortesia e boas maneiras que, sempre, são dispensadas a quem nos visita e constituem as mais elementares regras da boa educação.

Felizmente conhecemos as verdadeiras pessoas de Cabeção, tanto mais que em determinada altura da nossa vida de estudante ali tivemos a honra de conhecer e privar com pessoas tão ilustres que sempre nos mereceram o nosso maior respeito, admiração e amizade permitindo-nos aqui recordar entre outros o Sr.Dr. José Lopes, Prof. Xitas, Sr. Geada, etc. que, de modo algum podem ser, minimamente, beliscadas pelo comportamento menos correcto que nos foi dispensado por parte de dois ou três “elementos” que, certamente, só por mero acaso e infeliz coincidência, equipavam do mesmo lado onde figurava, por exemplo, o sempre correcto, sempre amigo e ainda hoje “jovem” de excepcionais qualidades futebolísticas no seu posto de guarda-redes, Sr. João Maurício, de quem nós próprios e Montargil guarda, com o maior orgulho e saudade não só as suas aptidões futebolísticas mas e acima de tudo o seu enorme carácter, simplicidade e o seu companheirismo que lhe granjearam em cada um de nós o nosso mais sincero respeito, admiração e eterna amizade.

Cumpre-nos olhar em frente, esquecer estas pessoas, pois dos fracos não reza a história e um ou dois arbustos, ainda que com espinhos, não se podem confundir com a floresta.
Queremos ainda deixar aqui nota das excelentes condições que aqui encontramos em termos de instalações. Modernos e funcionais balneários, boas condições para posto médico, um rectângulo de jogo que, embora pelado, apresentava amplo e regular piso, bem como uma bancada coberta de apoio. Soubemos ainda que este complexo está preparado para ser electrificado logo que necessário, já que de momento não se justifica, uma vez que não têm representação em qualquer modalidade. Dispõem ainda de um excelente pavilhão multiuso.

Não deixa de ser caricato quando comparada com a realidade que Montargil vive; de facto nós por aqui temos tido sempre equipas a disputar o distrital, alguns anos em várias categorias. Temos atletas a praticar ping-pong, tiro ao alvo, futebol de salão, pesca desportiva. Temos pessoas a fazer teatro, a aprender música, a aprender a cantar, a tocar realejo, guitarra e acordeão, – já com espectáculos levados à cena - um rancho folclórico que tem levado o bom nome da nossa terra ás mais díspares regiões com algumas incursões inclusive ao estrangeiro e não obstante continuamos a aguardar que tantas e tantas promessas possam ser realidade.
Parece-nos ser de vital importância e da mais justa legitimidade, que alguém de direito olhe para esta realidade e proporcione, finalmente, as condições mínimas a toda esta onda e, estamos certos que então Montargil será imparável. Ou será que alguém tem medo desta locomotiva?!...
Até lá vamos percorrendo o nosso caminho, pugnando para que Montargil seja sempre recordada com saudade e que cada visitante leve consigo um pouco do nosso carinho, da nossa simpatia e a certeza de quem vier por bem será sempre bem recebido. Assim será!

SEJAM SEMPRE BENVINDOS A MONTARGIL ! ! ! . . .

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