23 de fevereiro de 2009

Futebol Infantil- Escolas - Um Projecto de Futuro (cont.)




FORMAR PARA APRENDER OU PARA VENCER




Numa das minhas muitas leituras e pesquisas que efectuo a esta modalidade que é o futebol, li um artigo que acho muito bom e que gostava de o partilhar convosco, porque também me revejo nele, é assim que eu penso.
O artigo é datado de 2004 e o seu autor é Pedro Alegria, diz assim:
Numa sociedade dita consumista onde os valores monetários e materiais se sobrepõem aos morais, onde se encaixa a formação/educação dos nossos jovens?

Estaremos preparados para formar/educar os nossos filhos, alunos, desportistas para enfrentar as vicissitudes do dia a dia e do futuro? É importante e urgente que a via da formação/educação não seja apenas direccionada para o sucesso; que não se crie a ilusão de que só os vencedores são bons, e que os derrotados são pessoas fracas e inúteis.

É necessário passar a mensagem para que todos entendam que a vitória e o sucesso é o desempenho que cada um aplica nas suas funções e/ou no trabalho que realiza. A formação dos nossos jovens tem que necessariamente, ir ao encontro de alguns factores, tais como: o sentido da equipa, o espírito de sacrifício, a humanidade, o respeito pelo próximo, o saber perder e ganhar.

Existirão certamente outros requisitos, mas se forem cumpridos todos estes, estaremos a direcçioná-los para uma vida mais segura, mais estável, de modo a que percebam que o futuro pode ter uma visão mais abrangente, não só a nível do desporto.Podemos não ter muitos desportistas a seguir uma carreira profissional ou muitos alunos a seguir a via universitária, mas estaremos a formar um bom adepto, cidadão ou pessoa, e isto é o que deve ser levado em conta.

Infelizmente vivemos numa era em que se dá demasiada importância ao resultado.Senão vejamos: é sintomático os jovens serem questionados depois de um jogo e sempre com a mesma pergunta: Ganhaste ou perdeste? Como se isso fosse o mais importante. E porque não perguntar: Divertiste-te? É que é bom não esquecer que estamos a falar de jovens, e não de profissionais que vivem em funcão dos resultados.

Continuando assim, estamos a prepará-los bem? Penso que não. Continuamos a cair no erro de só pensar na vitória, no sucesso, esquecendo o quão importante é cada um dar o seu melhor, independentemente do resultado, sempre em prol da equipa, clube ou instuição que representa.

Ao longo da vida irão encontrar algumas dificuldades, e o nosso papel é prepará-los para as enfrentar, combater e ultrapassar, caso contrário, graves consequências poderão advir daí.

Será necessário, deste modo, formá-los na óptica da correcção dos seus erros, não atribuindo demasiado valor ao resultado, para que no dia de amanhã ele se sinta preparado para corrigir o que for necessário e com isso tornar-se uma pessoa mais confiante, melhor aluno, melhor atleta e principalmente melhor ser humano.

Deste modo, tanto as qualidades intrínsecas como as extrínsecas devem ser melhoradas pelos treinadores ou professores, mas também os pais desempenham um papel muito importante no crescimento destes jovens e são o factor vital no desenvolvimento destas crianças. Se por um lado, existem casos em que os jovens não têm apoio nenhum em casa, por outro lado, existem situações em que exigem em demasia deles; tanto um como o outro devem ser suprimidos.

Estarei a escamotear que a vitória não é importante? Nada disso. Sabe bem e é bom ganhar; não podemos é preparar um jovem só para isso. Devemos, isso sim, responsabilizá-lo para que ele dê o seu melhor, sabendo que nem sempre irá ganhar ou ser feliz nas suas opções.

Devemos então formar o jovem para a vida, criando-se uma cultura de formar para aprender. Por último, torna-se inevitável realçar que, se não se conseguir o sucesso como jogador ou aluno, que consiga enquanto ser humano.

Bom, assim me despeço Saudações desportivas e até à próxima.
Zé Tomar

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